Ecologia
Os organismos da
Terra não vivem isolados interagem uns com os outros e com o meio ambiente. Ao
estudo dessas interações chamamos Ecologia.
A
palavra ecologia vem de duas palavras gregas : Oikós que quer dizer casa, e logos que significa
estudo. Ecologia significa, literalmente a Ciência do Habitat .
Alguns conceitos importantes
ESPÉCIE- é o conjunto de
indivíduos semelhantes (estruturalmente, funcionalmente e bioquimicamente) que
se reproduzem naturalmente, originando descendentes férteis. Ex.: Homo sapiens
POPULAÇÃO-
é o conjunto de indivíduos de mesma espécie que vivem numa mesma área em um
determinado período. Ex.: população de ratos em um bueiro, em um determinado
dia; população de bactérias causando amigdalite por 10 dias, 10 mil pessoas
vivendo numa cidade em 1996, etc.
COMUNIDADE OU
BIOCENOSE- é o conjunto de populações de diversas espécies que
habitam uma mesma região num determinado período. Ex.: seres de uma floresta,
de um rio, de um lago de um brejo, dos campos, dos oceanos, etc.
ECOSSISTEMA OU
SISTEMA ECOLÓGICO- é o conjunto formado pelo meio ambiente
físico, ou seja, o BIÓTOPO (formado por fatores abióticos como: solo, água, ar)
mais a comunidade (formada por componentes bióticos - seres vivos) que com o
meio se relaciona.
HABITAT-
é o lugar específico onde uma espécie pode ser encontrada, isto é, o seu
"ENDEREÇO" dentro do ecossistema. Exemplo: Uma planta pode ser o
habitat de um inseto, o leão pode ser encontrado nas savanas africanas, etc.
BIÓTOPO-
Área física na qual determinada comunidade vive. Por exemplo, o habitat das
piranhas é a água doce, como, por exemplo, a do rio Amazonas ou dos rios do
complexo do Pantanal o biótopo
rio Amazonas é o local onde vivem todas as populações de organismos vivos desse
rio, dentre elas, a de piranhas.
NICHO ECOLÓGICO-
é o papel que o organismo desempenha, isto é, a "PROFISSÃO" do
organismo no ecossistema. O nicho informa às custas de que se alimenta, a quem
serve de alimento, como se reproduz, etc. Exemplo: a fêmea do Anopheles
(transmite malária) é um inseto hematófago (se alimenta de sangue), o leão atua
como predador devorando grandes herbívoros, como zebras e antílopes.
ECÓTONO-
é a região de transição entre duas comunidades ou entre dois ecossistemas. Na área
de transição (ecótono) vamos encontrar grande número de espécies e, por
conseguinte, grande número de nichos ecológicos.
BIOSFERA-
toda vida, seja ela animal ou vegetal, ocorre numa faixa denominada biosfera,
que inclui a superfície da Terra, os rios, os lagos, mares e oceanos e parte da
atmosfera. E a vida é só possível nessa faixa porque aí se encontram os gases
necessários para as espécies terrestre e aquáticas: oxigênio e nitrogênio.
Biosfera
A biosfera refere-se a região do planeta ocupada pelos seres vivos. É possível
encontrar vida em todas as regiões do planeta, por mais quente ou frio que elas
sejam.
O conceito de biosfera foi criado por analogia a outros conceitos empregados
para designar parte de nosso planeta.
De modo
qual, podemos dizer que os limites da biosfera se estendem desde às altas
montanhas até as profundezas das fossas abissais marinhas.
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Ecossistemas
Conjunto formado por uma biocenose ou comunidade biótica e fatores
abióticos que interagem, originando uma troca de matéria entre as partes
vivas e não vivas. Em termos funcionais, é a unidade básica da Ecologia,
incluindo comunidades bióticas e meio abiótico influenciando-se mutuamente, de
modo a atingir um equilíbrio.
Dimensão
É muito variável a dimensão de um ecossistema. Tanto é um ecossistema uma
floresta de coníferas, como um tronco de árvore apodrecido em que sobrevivem
diversas populações de seres minúsculos. Assim como é possível associar todos
os ecossistemas existentes num só, muito maior, que é a ecosfera, é igualmente
possível delimitar em cada um, outros mais pequenos, por vezes ocupando áreas
tão reduzidas que recebem o nome de microecossistemas.
Constituintes
e Funcionamento dos Ecossistemas
De acordo com a sua situação geográfica, os principais ecossistemas podem ser
classificados em: terrestres ou aquáticos.
Em qualquer dos casos, são quatro os seus constituintes básicos:
Fatores abióticos - compostos
não vivos do meio ambiente;
Fatores bióticos - formados pelos organismos vivos. Estes podem ser classificados em:
- Produtores - seres
autotróficos, na maior parte dos casos plantas verdes, capazes de fabricar
a seu próprio alimento a partir de substâncias inorgânicas simples;
- Consumidos -
organismos heterotróficos, quase sempre animais, que se alimentam de
outros seres ou de partículas de matéria orgânica;
- Decompositores -
seres heterotróficos, na sua maioria bactérias e fungos que decompõe as
complexas substâncias dos organismos, libertando substâncias simples que,
lançadas no ambiente podem ser assimiladas pelos produtores.
Os fatores
limitantes do ecossistema
Fatores
Abióticos
O conjunto de todos os fatores físicos que podem
incidir sobre as comunidades de uma certa região.
Estes influenciam o crescimento, atividade e as características que os seres
apresentam, assim como a sua distribuição por diferentes locais. Estes fatores
variam de valor de local para local, determinando uma grande diversidade de
ambientes.
Os diferentes fatores abióticos podem agrupar-se em
dois tipos principais - os fatores climáticos, como a luz, a temperatura
e a umidade, que caracterizam o clima de uma região - e os fatores edáficos,
dos quais se destacam a composição química e a estrutura do solo.
Luz
A luz é uma manifestação de energia, cuja principal fonte é o Sol. É
indispensável ao desenvolvimento das plantas. De fato, os vegetais produzem a
matéria de que o seu organismo é formado através de um processo - a
fotossíntese - realizado a partir da captação da energia luminosa. Praticamente
todos os animais necessitam de luz para sobreviver. São exceção algumas
espécies que vivem em cavernas - espécies cavernícolos - e as espécies que
vivem no meio aquático a grande profundidade - espécies abissais.
A Luz e os
Comportamentos dos Seres Vivos
Os animais apresentam fototatismo, ou seja, sensibilidade em relação à
luz, pelo que se orientam para ela ou se afastam dela. Tal como os animais, as
plantas também se orientam em relação à luz, ou seja, apresentam fototropismo.
Os animais e as plantas apresentam fotoperiodismo, isto é, capacidade de
reagir à duração da luminosidade diária a que estão submetidos - fotoperíodo.
Muitas plantas com flor reagem de diferentes modos ao fotoperíodo, tendo, por
isso, diferentes épocas de floração. Também os animais reagem de diversos modos
ao fotoperíodo, pelo que apresentam o seu período de atividade em diferentes
momentos do dia.
Temperatura
Cada espécie só consegue sobreviver entre certos limites de temperatura, o que
confere a este fator uma grande importância. Cada ser sobrevive entre certos
limites de temperatura - amplitude térmica - não existindo nem acima nem abaixo
de um determinado valor. Cada espécie possui uma temperatura ótima para a
realização das suas atividades vitais. Alguns seres têm grande amplitude
térmica de existência - seres euritérmicos - enquanto outros só
sobrevivem entre limites estreitos de temperatura - seres estenotérmicos.
A Temperatura e o Comportamento dos Animais
Alguns animais, nas épocas do ano em que as temperaturas se afastam do valor
ótimo para o desenvolvimento das suas atividades, adquirem comportamentos que
lhes permitem sobreviver durante esse período:
- animais que não têm facilidade em realizar grandes deslocações
como, por exemplo, lagartixas, reduzem as suas atividades vitais para
valores mínimos, ficando num estado de vida latente;
- animais que podem deslocar com facilidade como, por exemplo, as
andorinhas, migram, ou seja, partem em determinada época do ano para
outras regiões com temperaturas favoráveis.
Ao longo do ano, certas plantas sofrem alterações no seu aspecto, provocados
pelas variações de temperatura. Os animais também apresentam características
próprias de adaptação aos diferentes valores de temperatura. Por exemplo, os
que vivem em regiões muito frias apresentam, geralmente, pelagem longa e uma
camada de gordura sob a pele.
Água
É fator limitante de extrema importância para a sobrevivência de uma
comunidade. Além de seu envolvimento nas atividades celulares, não podemos nos
esquecer da sua importância na fisiologia vegetal (transpiração e condução das
seivas). É dos solos que as raízes retiram a água necessária para a
sobrevivência dos vegetais.
Disponibilidade
de nutrientes
É outro fator limitante que merece ser considerado, notadamente em ambientes
marinhos.
Fatores
bióticos
Conjunto de todos seres vivos e que interagem uma
certa região e que poderão ser chamados de biocenose, comunidade
ou de biota.
Como vimos, de acordo com o modo de obtenção de alimento, a comunidade de um
ecossistema, de maneira geral, é constituída por três tipos de seres:
- Produtores: os
seres autótrofos quimiossintetizantes (bactérias) e fotossintetizantes
(bactérias, algas e vegetais). Esses últimos transformam a energia solar
em energia química nos alimentos produzidos.
- Consumidores primários: os
seres herbívoros, isto é, que se alimentam dos produtores (algas, plantas
etc.) os carnívoros que se alimentam de consumidores primários (os
herbívoros).
- Poderá ainda haver consumidores terciários ou quaternários,
que se alimentam, respectivamente, de consumidores secundários e
terciários.
- Decompositores: as
bactérias e os fungos que se alimentam dos restos alimentares dos demais
seres vivos. Esses organismos (muitos microscópicos) têm o importante
papel de devolver ao ambiente nutrientes minerais que existiam nesses
restos alimentares e que poderão, assim, ser reutilizados pelos
produtores.
Cadeias
alimentares
Nos ecossistemas, existe um fluxo de energia e de nutrientes como elos
interligados de uma cadeia, uma cadeia alimentar. Nela, os “elos” são chamados
de níveis tróficos e incluem os produtores, os consumidores (primários,
secundários, terciários etc.) e os decompositores.
Fluxo de
energia nos ecossistemas
A luz solar representa a fonte de energia externa sem a qual os ecossistemas
não conseguem manter-se. A transformação (conversão) da energia luminosa para
energia química, que é a única modalidade de energia utilizável pelas células
de todos os componentes de um ecossistema, sejam eles produtores, consumidores
ou decompositores, é feita através de um processo denominado fotossíntese.
Portanto, a fotossíntese - seja realizada por vegetais ou por microorganismos -
é o único processo de entrada de energia em um ecossistema.
Muitas vezes temos a impressão que a Terra recebe uma quantidade diária de luz,
maior do que a que realmente precisa. De certa forma isto é verdade, uma vez
que por maior que seja a eficiência nos ecossistemas, os mesmos conseguem
aproveitar apenas uma pequena parte da energia radiante. Existem estimativas de
que cerca de 34% da luz solar seja refletida por nuvens e poeiras; 19% seria
absorvida por nuvens, ozônio e vapor de água. Do restante, ou seja 47%, que
chega a superfície da terra boa parte ainda é refletida ou absorvida e
transformada em calor, que pode ser responsável pela evaporação da água, no
aquecimento do solo, condicionando desta forma os processos atmosféricos. A
fotossíntese utiliza apenas uma pequena parcela (1 a 2%) da energia total que
alcança a superfície da Terra. É importante salientar, que os valores
citados acima são valores médios e nãos específicos de alguma localidade.
Assim, as proporções podem - embora não muito - variar de acordo com as
diferentes regiões do País ou mesmo do Planeta.
Um aspecto importante para entendermos a transferência de energia dentro de um
ecossistema é a compreensão da primeira lei fundamental da termodinâmica que
diz: “A energia não pode ser criada nem destruída e sim transformada”.
Como exemplo ilustrativo desta condição, pode-se citar a luz solar, a qual como
fonte de energia, pode ser transformada em trabalho, calor ou alimento em
função da atividade fotossintética; porém de forma alguma pode ser destruída ou
criada.
Outro aspecto importante é o fato de que a
quantidade de energia disponível diminui à medida que é transferida de um nível
trófico para outro. Assim, nos exemplos dados anteriormente de cadeias
alimentares, o gafanhoto obtém, ao comer as folhas da árvore, energia química; porém,
esta energia é muito menor que a energia solar recebida pela planta. Esta perda
nas transferências ocorrem sucessivamente até se chegar aos decompositores.
E por que isso ocorre? A explicação para este
decréscimo energético de um nível trófico para outro, é o fato de cada
organismo; necessitar grande parte da energia absorvida para a manutenção das
suas atividades vitais, tais como divisão celular, movimento, reprodução, etc.
O texto sobre pirâmides, a seguir, mostrará
as proporções em biomassa, de um nível trófico para outro. Podemos notar que a
medida que se passa de um nível trófico para o seguinte, diminuem o número de
organismos e aumenta-se o tamanho de cada um (biomassa).
Pirâmides
ecológicas: Quantificando os Ecossistemas
Pirâmides ecológicas representam, graficamente, o fluxo de energia e matéria
entre os níveis tróficos no decorrer da cadeia alimentar. Para tal, cada
retângulo representa, de forma proporcional, o parâmetro a ser analisado.
Esta representação gráfica por ser:
Pirâmide de
números
Representa a quantidade de indivíduos em cada nível trófico da cadeia alimentar
proporcionalmente à quantidade necessária para a dieta de cada um desses.
Em alguns casos, quando o produtor é uma planta de
grande porte, o gráfico de números passa a ter uma conformação diferente da
usual, sendo denominado “pirâmide invertida”.
Outro exemplo de pirâmide invertida é dada quando a
pirâmide envolve parasitas, sendo assim os últimos níveis tróficos mais
numerosos.
Pirâmide de biomassa
Pode-se também pensar em pirâmide de biomassa, em
que é computada a massa corpórea (biomassa) e não o número de cada nível
trófico da cadeia alimentar. O resultado será similar ao encontrado na pirâmide
de números: os produtores terão a maior biomassa e constituem a base da
pirâmide, decrescendo a biomassa nos níveis superiores.
Tal como no exemplo anterior, em alguns casos pode
ser caracterizada como uma pirâmide invertida, já que há a possibilidade de
haver, por exemplo, a redução da biomassa de algum nível trófico, alterando
tais proporções.
Pirâmide de energia
A energia
solar captada pelos produtores vai-se dissipando ao longo das cadeias
alimentares sob a forma de calor, uma energia que não é utilizável pelos seres
vivos. À medida que esta energia é dissipada pelo ecossistema, ocorre uma
permanente compensação com a utilização de energia solar fixada pelos
produtores, passando depois através de todos os outros elementos vivos do
ecossistema.
O nível
energético mais elevado, nos ecossistemas terrestres, é constituído pelas
plantas clorofiladas (produtores). O resto do ecossistema fica inteiramente
dependente da energia captada por eles, depois de transferido e armazenada em
compostos orgânicos. O nível imediato é constituído pelos herbívoros. Um
herbívoro obterá, portanto, menos energia das plantas clorofiladas do que estas
recebem do Sol. O nível seguinte corresponde ao dos carnívoros. Apenas parte da energia contida
nos herbívoros transitará para os carnívoros e assim sucessivamente.
Foi
adaptado um processo de representação gráfica desta transferência de energia
nos ecossistemas, denominado pirâmide de energia, em que a área representativa
de cada nível trófico é proporcional à quantidade de energia disponível. Assim,
o retângulo que representa a quantidade de energia que transita dos produtores
para os consumidores de primeira ordem é maior do que aquele que representa a
energia que transita destes para os consumidores de segunda ordem e assim
sucessivamente.
As
cadeias alimentares estão geralmente limitadas a 4 ou 5 níveis tróficos, porque
há perdas de energia muito significativas nas transferências entre os
diferentes níveis. Consequentemente, a quantidade de energia que chega
aos níveis mais elevados já não é suficiente para suportar ainda outro nível
trófico.
Calculou-se
que uma superfície de 40000m2 pode produzir, em condições adequadas,
arroz em quantidade suficiente para alimentar 24 pessoas durante um ano. Se
esse arroz, em vez de servir de alimento ao Homem, fosse utilizado para a
criação de gado, a carne produzida alimentaria apenas uma pessoa nesse mesmo
período.
Quanto
mais curta for uma cadeia alimentar, maior será, portanto, o aproveitamento da
energia. Em países com falta de alimentos, o Homem deve optar por obtê-los
através de cadeias curtas.
Para cálculo da eficiência nas transferências de energia de um nível para o
outro, há necessidade de avaliar a quantidade de matéria orgânica ou de energia
existente em cada nível trófico, ou seja, é necessário conhecer a produtividade
ao longo de todo o ecossistema.
A produtividade do
Ecossistema
A atividade de um ecossistema pode ser avaliada pela produtividade primária bruta (PPB),
que corresponde ao total de matéria orgânica produzida em gramas, durante certo
tempo, em uma certa área ambiental:
PPB = massa de matéria orgânica produzida/tempo/área
Descontando desse total a quantidade de matéria orgânica consumida pela
comunidade, durante esse período, na respiração
(R), temos a produtividade
primária líquida (PPL), que pode ser representada pela equação:
PPL = PPB – R
A produtividade de um ecossistema depende de diversos fatores, dentre os quais
os mais importantes são a luz, a água, o gás carbônico e a disponibilidade de
nutrientes.
Eficiência Ecológica
Eficiência ecológica é a porcentagem de energia transferida de um nível trófico
para o outro, em uma cadeia alimentar. De modo geral, essa eficiência é,
aproximadamente, de apenas
10%, ou seja, cerca de 90% da energia total disponível em um
determinado nível trófico não são transferidos para a seguinte, sendo
consumidos na atividade metabólica dos organismos do próprio nível ou perdidos
como restos. Em certas comunidades, porém a eficiência pode chegar a 20%.
A grande
diversidade de ecossistemas
Ecossistemas naturais - bosques, florestas, desertos, prados, rios,
oceanos, etc.
Ecossistemas artificiais - construídos pelo Homem: açudes, aquários,
plantações, etc.
Atendendo ao meio físico, há a considerar:
- Ecossistemas terrestres
- Ecossistemas aquáticos
Quando, de qualquer ponto, observamos uma paisagem,
percebemos a existência de descontinuidades - margens do rio, limites do
bosque, bordos dos campos, etc. que utilizamos frequentemente para delimitar
vários ecossistemas mais ou menos definidos pelos aspectos particulares da
flora que aí se desenvolve. No entanto, na passagem, por exemplo, de uma
floresta para uma pradaria, as árvores não desaparecem bruscamente; há quase
sempre uma zona de transição, onde as árvores vão sendo cada vez menos
abundantes. Sendo assim, é possível, por falta de limites bem definidos e
fronteiras intransponíveis, considerar todos os ecossistemas do nosso planeta
fazendo parte de um enorme ecossistema chamado ecosfera. Deste
gigantesco ecossistema fazem parte todos os seres vivos que, no seu conjunto,
constituem a biosfera e a zona superficial da Terra que eles habitam e que
representa o seu biótopo. Ou seja:
BIOSFERA + ZONA SUPERFICIAL DA TERRA = ECOSFERA
Mas assim como é possível associar todos os ecossistemas num só de enormes
dimensões - a ecosfera - também é possível delimitar, nas várias zonas
climáticas, ecossistemas característicos conhecidos por biomas, caracterizados
por meio do fator Latitude. Por sua vez, em cada bioma, é possível delimitar outros
ecossistemas menores.
Bioma é conceituado no mapa como um conjunto de vida (vegetal e animal)
constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis
em escala regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada
de mudanças, o que resulta em uma diversidade biológica própria.
Os
principais biomas do ambiente terrestre
Tundra
Localiza-se no Círculo Polar Ártico. Compreende Norte do Alasca e do Canadá,
Groelândia, Noruega, Suécia, Finlândia, Sibéria.
Recebe pouca energia solar e pouca precipitação, esta ocorre geralmente sob
forma de neve e o solo permanece a maior parte do ano gelado. Durante a curta
estação quente (2 meses) ocorre o degelo da parte superior, rica em matéria
orgânica, permitindo o crescimento dos vegetais. O subsolo fica permanentemente
congelado (permafrost).
A Tundra caracteriza-se por apresentar poucas espécies capazes de suportar as
condições desfavoráveis. Os produtores são responsáveis por capim rasteiro e
com extensas áreas cobertas por camadas baixas de liquens e musgos. Existem
raras plantas lenhosas como os salgueiros, mas são excessivamente baixas
(rasteiras).
As plantas completam o ciclo de vida num espaço de
tempo muito curto: germinam as sementes, crescem, produzem grandes flores
(comparadas com o tamanho das plantas), são fecundadas e frutificam,
dispersando rapidamente as suas sementes.
No verão a Tundra fica mais cheia de animais: aves marinhas, roedores, lobos,
raposas, doninhas, renas, caribus, além de enxames de moscas e mosquitos.
Taiga
Também chamada de floresta de coníferas ou floresta boreal. Localiza-se no
norte do Alasca, Canadá, sul da Groelândia, parte da Noruega, Suécia, Finlândia
e Sibéria.
Partindo-se
da Tundra, à medida que se desloca para o sul a estação favorável orna-se mais
longa e o clima mais ameno.Em conseqüência disso a vegetação é mais rica,
surgindo a Taiga.
Na Taiga
os abetos e os pinheiros formam uma densa cobertura, impedindo o solo de
receber luz intensa. A vegetação rasteira é pouco representada. O período de
crescimento dura 3 meses e as chuvas são poucas.
Os animais são representados por aves, alces, lobos, martas, linces, roedores
etc.
Floresta
Caducifólia ou Floresta Decídua Temperada
Predomina no hemisfério norte, leste dos Estados Unidos, oeste da Europa, leste
da àsia, Coréia, Japão e partes da China.
A quantidade de energia radiante é maior e a pluviosidade atinge de 750 a 1.000
mm, distribuída durante todo o ano. Nítidas estações do ano. Neste Bioma, a
maioria dos arbustos e árvores perde as suas folhas no outono e os animais
migram, hibernam ou apresentam adaptações especiais para suportar o frio
intenso.
As plantas são representadas por árvores ditotiledôneas como nogueiras,
carvalhos, faias. Os animais são representados por esquilos, veados, muitos
insetos, aves insetívoras, ursos, lobos etc.
Floresta Tropical
ou Floresta Pluvial ou Floresta Latifoliada
A floresta tropical situa-se na região intertropical. A maior área é a
Amazônia, a segunda nas Índias Orientais e a menor na Bacia do Congo (África).
O suprimento de energia é abundante e as chuvas são regulares e abundantes,
podendo ultrapassar 3.000 mm anuais. A principal característica da floresta
tropical é a sua estratificação. A parte superior é formada por árvores que
atingem 40 m de altura, formando um dossel espesso de ramos e folhas. No topo a
temperatura é alta e seca.
Debaixo
desta cobertura ocorre outra camada de árvores, que chegam a 20 m de altura,
outras a 10 m e 5 m de altura.
Este estrato médio é quente, mais escuro e mais úmido, apresentando pequena
vegetação. O estrato médio caracteriza-se pela presença de cipós e epífitas. A
diversificação de espécies vegetais e animais é muito grande.
Campos
É um Bioma que se caracteriza por apresentar um único estrato de vegetação. O
número de espécies é muito grande, mas representado por pequeno número de
indivíduos de cada espécie.
A localização dos campos é muito variada: centro-oeste dos Estados Unidos,
centro-leste da Eurásia, parte da América do Sul (Brasil, Argentina) e
Austrália.
Durante
o dia a temperatura é alta, porém a noite a temperatura é muito baixa. Muita
luz e vento, pouca umidade. Predominam as gramíneas. Os animais, dependendo da região,
podem ser: antílopes americanos e bisões, roedores, muitos insetos, gaviões,
corujas etc.
Deserto
Os desertos apresentam localização muito variada e se caracterizam por
apresentar vegetação muito esparsa.
O solo é muito árido e a pluviosidade baixa e irregular, abaixo de 250 mm de
água anuais. Durante o dia a temperatura é alta, mas à noite ocorre perda
rápida de calor, que se irradia para a atmosfera e a temperatura torna-se
excessivamente baixa. As plantas que se adaptam ao deserto geralmente apresentam
um ciclo de vida curto. Durante o período favorável (chuvoso) germinam as
sementes, crescem, florescem, frutificam, dispersam as sementes e morrem.
As
plantas perenes como os cactos apresentam sistemas radiculares superficiais que
cobrem grandes áreas. Estas raízes estão adaptadas para absorver as águas das
chuvas passageiras.
O armazenamento de água é muito grande (parênquimas aqüíferos). As folhas são
transformadas em espinhos e o caule passa a realizar fotossíntese.
Os
consumidores são predominantemente roedores, obtendo água do próprio alimento
que ingerem ou do orvalho. No hemisfério norte é muito comum encontrar-se, nos
desertos, arbustos distribuídos uniformemente, como se tivessem sido plantados
em espaços regulares. Este fato explica-se como um caso de amensalismo, isto é,
os vegetais produzem substâncias que eliminam outros indivíduos que crescem ao
seu redor.
Savanas
Savana é nome dado a um tipo de cobertura vegetal constituída, em geral, por
gramíneas e árvores esparsas. A topografia geralmente é plana com clima
tropical, apresentando duas estações bem definidas, sendo uma chuvosa e uma
seca. As Savanas ocorrem, principalmente, na zona intertropical do planeta, por
esse motivo recebe uma enorme quantidade de luz solar.
A espécie de savana mais conhecida é a africana, no entanto, há outras: savanas
tropicais (africana), savanas subtropicais, savanas temperadas, savanas
mediterrâneas, savanas pantanosas e savanas montanhosas.
As savanas do tipo tropical e subtropical são encontras em todos os
continentes, apresentando duas estações bem definidas (uma quente e outra
chuvosa). Os solos dessas áreas são relativamente férteis, neles se fixam
gramíneas, geralmente desprovidas de árvores. A África possui savanas com esses
aspectos, com destaque para as do Serengueti.
Savanas temperadas são identificadas em médias latitudes e em todos os
continentes, são influenciadas pelo clima temperado, cujo verão é relativamente
úmido e o inverno seco. A vegetação é constituída por gramíneas.
Savanas
mediterrâneas são vegetações que ocorrem em regiões de clima mediterrâneo.
Nessas áreas o solo é pobre, germinando sobre a superfície arbustos e árvores
de pequeno porte, essa composição corre sério risco de extinguir diante da
constante intervenção humana, principalmente pela extração de lenha, criação de
animais, agricultura, urbanização e etc.
Savanas pantanosas são composições vegetativas que ocorrem tanto em regiões de
clima tropical como subtropical dos cinco continentes. Esse tipo de savana
sofre inundações periódicas.
Savanas montanhosas é um tipo de vegetação que ocorre fundamentalmente em zonas
alpinas e subalpinas em distintos lugares do globo, em razão do isolamento
geográfico, abriga espécies endêmicas.
Os Biomas
Brasileiros
Em outras palavras, um bioma é formado por todos os
seres vivos de uma determinada região, cuja vegetação tem bastante similaridade
e continuidade, com um clima mais ou menos uniforme, tendo uma história comum
em sua formação. Por isso tudo sua diversidade biológica também é muito
parecida.
O Brasil possui enorme extensão territorial e
apresenta climas e solos muito variados. Em função dessas características, há
uma evidente diversidade de biomas, definidos sobretudo pelo tipo de cobertura
vegetal.